domingo, 2 de janeiro de 2011

Martelo

O pior de tudo era ter que aceitar que era em você que eu pensava. Que apesar de estar com outro, era você que eu via quando fechava os olhos. A boca não era a mesma, o encaixe não era tão bom. A mão que me tocava não gerava o calor da sua, nem as faíscas que saíam de nós. Mas no auge da situação, me deixei levar. Me questionando por que não era você que estava ali? Talvez estivesse com outra, em algum lugar. Talvez estivesse só. Não sei e provavelmente nunca irei lhe perguntar. Mas como um relógio, que bate sem parar, ou como uma britadeira em dia de domingo, acordando aqueles que só querem descansar. Você martela em minha cabeça. Sem pausa pro xixi ou mesmo para uma hora de almoço. Você aparece do nada e fica na minha mente hospedado, como se fosse um convidado ilustre. Passeando por todos os cômodos, pedindo serviço de quarto e tudo mais. Quando será que você vai voltar dessas férias intermináveis dentro da minha cabeça?! Aguardo ansiosa para que você se vá, ou que volte, mas com carne, osso e sentimento. Não somente como uma assombração.

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