segunda-feira, 25 de maio de 2009

amor à primeira música

se você soubesse, meu amor,
o quanto você me fascinou desde a primeira vez.
aquela música estúpida que você cantou,
que foi implicância para todo mundo ouvir,
aqueles versos que me chamavam para junto de ti.
você não percebeu que só ali,
daquela maneira simples,
havia conquistado meu coração.
você não sabia (e continua sem saber) que,
desde então,
meus pensamentos são seus.
minha busca é por você,
meu desejo é por você,
minha razão é você.
se ao menos você soubesse
o que aquela música idiota despertou,
e aquele seu olhar me encarando.
ah! o olhar...
se ao menos você tivesse notado....

terça-feira, 19 de maio de 2009

Reconciliação

A porta bateu atrás dele.
O coração acelerou.
Ele sabia que podia ser a última vez que a veria.
Pensar nessa possibilidade lhe fez tremer as pernas.
Era tão intenso o sentimento, mas trazia tantos problemas.
Tantas opções e incontáveis dúvidas.
Por que?
Por que?
Por que?
Ninguém sabia dizer.

O cheiro da manhã naquela ruazinha em que morava o fez sorrir.
O sol estava nascendo e o dia ainda era um escuro claro.
Um ventou soprou em seu rosto,
Um vento quente.
Ele lembrou de sua viagem ao méxico.
A caminhada que vazia na praia todas as manhãs.
E o cheiro do ovo frito que servia de aviso que era hora de voltar.

O dia foi ficando claro e ele já estava no ônibus.
Agora em poucos minutos ele a encontraria.
Uma aflição e ansiedade.
Tantas coisas que queria dizer,
Tantas coisas que queria ouvir.

Tão ridículo o quanto podiam dar certo
E o quanto faziam questão de brigar,
Tão incompreensível.

Ele preferiu descer antes do ponto.
Precisava de um minutos consigo mesmo para organizar as idéias.
- embora soubesse que na hora em que a visse aquilo não serviria de nada -
"Serei paciente, vou ouvir, quero tentar, ainda a amo tanto, mas ela não podia ter feito aquilo comigo, não!calma, tem q deixar ela falar, preciso ouvir. minha irmã avisou, não vou me deixar levar, vai concentra. volta pra sequencia, paciente, ouvir, tentar, puta merda! como eu amo aquela garota!mas ela foi uma filha da não! segura, assim não vou resolver nada"
E quando ele olhou ela estava lá, no mesmo lugar de sempre.
O olhar fundo, instigante.
Analisando os passos até ele ficar bem próximo.
Quando seus olhos cruzaram com os dela seus joelhos falharam.
Ele teve que se segurar para não ir de cara no chão.
Como era difícil olhar pra ela e não desejá-la.
Como era difícil imaginar que talvez nunca mais beijaria aquela boca.
Como era difícil agora imaginar nos dois separados.
Não tinha como, era incabível, impensável.

Ele foi chegando perto e parecia cada vez mais difícil caminhar com calma.
Ele queria poder abraçá-la, tomá-la em seus braços e nunca mais lagar.
Fazer com que tudo, em um passe de mágica, ficasse bem.
Mas, infelizmente, nada é assim tão fácil.
Duas horas se passaram.
Nos dez primeiros minutos ninguém falou nada.
Eles só se encaravam, na expectativa de quem daria o primeiro passo.
Eram orgulhosos demais para se arriscar.
Até que desviaram o olhar e ao mesmo tempo arriscaram um som.
No mesmo instante o olhar voltou a se prender e foi nítido o sorriso que os dois soltaram.
Ele fez um gesto, podia ter muitos defeitos, mas sabia sem dúvidas como ser um cavaleiro.

Ela começou a falar e logo as palavras estavam saindo naturalmente.
Ao mesmo tempo, parecia que ela tinha ficado horas ensaiando em frente ao espelho.
Quando ela terminou, ele ficou cinco minutos em silêncio.
Os olhos dela ansiosos por uma resposta.
Na verdade, ele não pensava em muita coisa.
Lá no seu interior buscava forças para falar o que realmente queria dizer.
Ela estava aflita, temerosa.
Ele respirou fundo, olhou em seus olhos e disse:
“amo você”
Só essas duas palavras saíram de sua boca.
E um turbilhão de lágrimas saíram dos olhos dela.
Ela pegou sua mão e a beijou.
Ele foi rápido e a puxou para si.

Ele se superou.
Eles ficaram juntos.
Tudo ficou bem.
Ele tinha que ir embora e ela entendeu.

Ele voltou pro ponto de ônibus,
Os dedos entrelaçados aos dela.
Dois sorrisos escancarados,
Uma felicidade no ar.

O ônibus chegou.
Um beijo longo, de despedida.
Ela foi pra aula, ele voltou pra casa.

Ele pensava que podia ser a última vez que a veria.
Ele tinha certeza que não era.
O coração acelerou, incrédulo do que acontecera.
A porta bateu atrás dele e o telefone tocou.
Era ela e ele sorriu.
Agora, tinha certeza que tudo realmente acontecera.