sexta-feira, 24 de setembro de 2010

crise de surto

em meio a um momento bom,
a crise chega.
sem hora marcada, ou previsão de partida.
se instala, gruda feito chiclete no cabelo,
ou superbonder nos dedos.
haja (com ou sem h?)
água quente pra tirar.

não quer partir,
abraçou o coração.
e enquanto a razão bate no tatame três vezes,
mostrando que desiste,

ela não está nem aí.

gostou do lugar quente onde se encontrou.
ali,
ela tem alimento.
os medos, dúvidas, anseios,
quem não tem um monte que guarda bem fundo?

e então como respirar,
como subir à superfície com uma pedra amarrada aos pés
nos afogando mar a dentro.
como sobreviver em meio a loucura que nossas questões nos provocam?

sentir, pensar, lembrar.
por mais díficil que seja,
por mais distante que esteja,
hemuná.
fé.
creia.
já dizia a música infantil,
"não diga nunca e nem diga jamais,
não diga nunca cherie"
pois tudo é possível para aqueles que gorjeiam,
e encontram na mais pronfunda tristeza
um ponto de luz.

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