na tela branca a vontade de preencher.
inundar de palavras o vazio
uma busca de sentidos e significados
que muitas vezes
acabam por nada dizer.
e como um ciclo vicioso,
quase sempre é a mesma ladainha.
o cursor martela
enquanto aguarda.
um pouco como um metrônomo,
continuo e certo.
indiferente aos fatos,
seguindo seu curso.
vez ou outra,
nasce uma enxurrada,
terminando rapidamente o trabalho.
em outras,
demora.
como demora!
até desiste,
não era o momento.
passa o tempo,
minutos, horas, dias, às vezes meses,
quem sabe anos.
e então, nos segundos em que digita,
tudo para.
faz-se silêncio,
só restam as palavras,
que juntas formam frases, parágrafos, texto.
e o cursor,
tão irritante muitas vezes,
na digitação não bate,
não pisca, não altera.
segue firme a ordem dos dedos.
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