terça-feira, 27 de abril de 2010


Poderiam ser dias,
Mas ela queria anos.




Algumas coisas boas tem que durar, era o que ela dizia.
Do que adianta ser bom e terminar logo em seguida?
Insistia a mulher.

A outra sempre tentava convence-la que o importante não era a duração,
mas a intensidade.
Asneiras, ela zombava.

A outra não gostava de discutir.
Já a mulher, falava pelos cotovelos.

Apesar de tudo,
eram amigas,
muito.

Se equilibravam.
a positiva e a negativa.

Uma empurrando pra frente,
a outra para trás.
Mas apesar disso,
elas nunca estavam estagnadas
e caminhavam.

Quem observa percebia que sempre discutiam.
Mas o que poucos conseguiam notar é que era tudo muito superficial.
Muito mais implicância. No fundo elas sempre estavam de bem.

Era como se aquilo desse a graça do relacionamento.
E apesar de ter outros amigos, elas eram elas.
Não tinha pra ninguém.

Das brigas saia a força para mante-las unidas.
Das lágrimas o sal que temperava as conversas.
Dos risos, os ovos que faziam a liga.
E a farinha, a farinha vinha das zilhares de histórias que todos os dias elas contavam, ou inventavam.

A mulher pedindo que fossem longas.
A outra que simplesmente acontecessem.

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