segunda-feira, 26 de julho de 2010

paciência tem fim?



ele nunca gostou muito de relacionamentos.
vivia solteiro,
nunca sozinho,
mas não se envolvia.

se fechava,
preservava.
tinha medo?

tinha uma vida comum, 
uma rotina,
uns amigos,
mas nunca um amor.

já tivera talvez,
alguns não muito correspondidos.
deixou de lado,
seguiu.

passou o tempo,
anos.
ele não mudou muito.
cresceu, sim.
amadureceu,
mas a dúvida permanecia,
e o medo de se deixar levar.
de se arriscar a sofrer...

o orgulho fazia dele uma pessoa difícil,
às vezes.
mas quando queria, era capaz de fingir que ele não existia.
totalmente complexo e sem nexo,
maluco, até.

até que ele cansou.
mas nada é simples.
surgiram duas, três, quatro.

totalmente perdido,
pensou em seu espaço amostral.
resumiu a duas.

possível, real,
possível, fictício.
e então?

ele sabia o que queria?
assumia o que queria?
temia o que queria?

o que ele realmente quer?

surpresas.
carinhos.
amor.

cansado de ficar de galho em galho,
ele queria aquela.
o que ele tinha ou queria ter?
talvez nem ele soubesse,
ou quisesse admitir.

as duas tinham chances,
mas pareciam não perceber.

a que ainda não o tinha, 
acabava tendo mais do que a que já tinha.
mas nenhuma delas sabia.
talvez nem ele.

ele resolveu esperar...
talvez mais um dia,
um mês,
um ano.
mas ele está cansando,
cansando.

daqui a pouco muda,
e ninguém nunca mais vê.




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