segunda-feira, 16 de novembro de 2009

retorne

queria que fosse simples
mas nunca é
queria que tivesse fim
mas sempre recomeça
queria que não se repetisse
parece tão impossível
queria um começo novo
mas é sempre igual
voltas, voltas
roda gigante
tô tonta
roda gigante
voltas, voltas
mas é sempre igual
queria um começo novo
parece tão impossível
queria que não se repetisse
mas sempre recomeça
queria que tivesse fim
mas nunca é
queria que fosse simples









* obrigada zoka! =]

terça-feira, 10 de novembro de 2009

fim do carnaval

as ruas estavam cada vez mais vazias
mas não por falta de gente
na verdade quase não dava para andar
empurrão. palavrão. educação?
medo.
não cabia mais uma pessoa na cidade,
mas ela estava completamente vazia.
o chão estava sujo.
vômito. confete. cerveja. rato.
e o vazio gritando.
o silêncio não exisita,
mas eu nada escutava.
era carnaval.
ou eu acho que era.
estava tão desconectada do mundo.
meu mundo tinha ido embora.
só restava o vazio das ruas,
lotadas de gente,
de música,
de festa,
de riso,
de dor.
era a melhor época do ano.
só que sem você ali,
sem você,
era eu,
só.
era nada.
era a melhor época do ano,
uma vez,
dez anos atrás.
fevereiro ou março.
era sempre a mesma dor.
da janela, ele chamou:
"vem meu amor, tá na hora do bloco".
ah se ele soubesse,
ah se ele visse,
que ali,
ali não tinha amor.
houvera,
não hoje,
não mais.

fim

mas e se no fundo não passasse de timidez?
teria sido diferente?
creio que não.

você sempre teve dúvida,
disso eu nunca duvidei.
podia ter sido fácil,
mas acabou nem sendo.

quem fala aquele tipo de asneira
não é tímido.
é covarde,
sem caráter.
vá embora, acabou.

hoje não tem brincadeira,
nem é carnaval.
vá de férias, me deixe em paz.
fim da linha,
sem serpentina,
não quero mais.

fim de jogo

vazio, grosseiro, estúpido.
por quê?
riso, brincadeira, lágrima.
sem sentido.
derretido, malandro.
conquistador, coitado.
sozinho. muitas.
mas só uma.
a que não tem,
a que mais quer,
a que não liga.
troca de papéis.
objetos.
tristeza, dúvida, jogo.
prorrogação,
penalti.
faz o gol ou tá fora.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Sentido

estou cansada.
dos olhares,
das conversas,
das indiretas.
das negações,
do fingir que nada acontece
e do nada mudou.

estou cansada.
do pensar no que vou dizer,
do rir sem achar graça,
do fingir que não sinto nada,
do ciume que vive em brasa.

não aguento mais esse jogo sem graça,
e a série de piadas,
do relacionamento falso,
carregado de mentiras,
algumas meia-verdades.

um jogo de palavras,
onde você não sabe de nada,
nem eu.
uma partida onde nós dois perdemos,
e não há pilares de sustentação.

estou cansada,
cansada de esconder que te amo,
ou não.
estou cansada de não saber o que sinto,
de temer o abismo de seus sentimentos,
do mergulho profundo nos meus.

estou cansada de achar que sei,
e descobrir estar perdida.
queria terminar logo com isso,
mas adivinha?

queria te dizer tudo,
e talvez mandar você embora,
nunca mais olhar na sua cara,
de repente isso te apavora.

mas talvez,
uma voz lá no fundo lamente,
porque imaginar estar longe de você,
acaba sendo pior.

mas o pior é saber que podia ser.
o que teria sido,
mas não é.
a linha é tênue.
onde ela vai dar?